fomos a voz sufocada
dum povo a dizer não quero;
fomos os bobos-do-rei
mastigando desespero.
Ontem apenas
fomos o povo a chorar
na sarjeta dos que, à força,
ultrajaram e venderam
esta terra, hoje nossa.
Uma gaivota voava, voava,
assas de vento, coração de mar.
Como ela, somos livres, somos livres de voar.
Uma papoila crescia, crescia,
grito vermelhonum campo cualquer.
Como ela somos livres, somos livres de crescer.
Uma criança dizia, dizia
"quando for grande não vou combater".
Como ela, somos livres, somos livres de dizer.
Somos um povo que cerra fileiras,
parte à conquistado pão e da paz.
Somos livres, somos livres, não voltaremos atrás.
Ermelinda Duarte
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